Sobre a OMM
A Organização da Mulher Moçambicana (OMM) é uma organização moçambicana que nasceu como uma parte civil, não militarizada, da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). Foi fundada em 16 de Março de 1973 durante a Guerra da Independência de Moçambique do regime colonial português. A OMM é, actualmente, uma das organizações sociais do Partido Frelimo.
A criação da FRELIMO em 1962 deu um novo impulso à resistência heróica do Povo moçambicano. Com o desencadeamento da luta armada de libertação nacional o nosso povo foi consolidando a unidade nacional e libertando a Pátria ocupada.
A mulher moçambicana não ficou à margem deste processo. Ela aderiu à FRELIMO e demonstrou a sua caраcidade no cumprimento das tarefas que lhe eram confiadas.
Com a criação do Destacamento Feminino pelo Comité Central da FRELIMO, reunido em Outubro de 1966, ela passou a participar directamente na tarefa principal -a Luta Armada-o que lhe permitiu ter uma visão global e profunda do processo da luta que se desenvolvia no país.
No processo do desenvolvimento impetuoso da luta armada que ganha um carácter revolucionário, o Comité Central da FRELIMO, reunido em Dezembro de 1972 e respondendo à consciencialização crescente das mulheres, decidiu criar a Organização da Mulher Moçambicana.
A Organização da Mulher Moçambicana, como Organização Democrática de Massas recebe a tarefa de mobilizar e organizar todas as mulheres do nosso País no combate pela libertação nacional, pela emancipação das classes trabalhadoras e pela emancipação da mulher. Ficou claramente
afirmado que a contradição antagónica, não era entre a mulher e o homem que a seu lado combatia o colonialismo. A contradição antagónica situava-se entre a mulher e o sistema de exploração do homem pelo homem, entre a mulher e a propriedade privada dos meios de produção de que o colonialismo era a expressão principal no nosso Pata.
Por isso a palavra de ordem foi: «A libertação da mulher é uma necessidade da revolução, garantia da sua continuidade, condição do seu triunfo». Pela primeira vez, na nossa Pátria inteiramente libertada do jugo colonial, realizou-se em Maputo, capital da República Popular de Moçambique, de 10 a 17 de Novembro de 1976, a II Conferência Nacional da OMM, contando com a participação de mulheres vindas de todas as províncias e representando todas as camadas sociais do nosso Pais.
Na II Conferência da OMM foram analisados os problemas da fase que se seguiu à capitulação do colonialismo português e definiram-se as respectivas prioridades no processo de emancipação da mulher. A rica experiência da luta armada ensina que sempre que a mulher, individual ou colectivamente, se engajou na tarefa principal da sociedade, a mulher progrediu, emancipou-se e assumiu sem complexos o seu papel na sociedade. O factor decisivo da emancipação da mulher é, pois, o seu engajamento na tarefa principal, na tarefa transformadora da sociedade em cada fase.
Se durante a Luta Armada de Libertação Nacional o objectivo da OMM era a integração da mulher na luta armada, tarefa principal de então, hoje, nesta nova fase, a da Democracia Popular, o objectivo essencial da ОММ, como definiu o Presidente da FRELIMO e Presidente da República Popular de Moçambique, Samora Moisés Machel, é «engajar a mulher na tarefa principal a edificação du base material e ideológica para a construção d sociedade socialista».
Os Estatutos e Programa da OMM adoptados nesta II Conferência, aliados à firmeza revolucionária da mulher moçambicana, levaram a OMM a estender-se a todos os cantos do País e a consolidar as suas estruturas. Em Fevereiro de 1977 o 111 Congresso da FRELIMO criou o Partido FRELIMO, Vanguarda do Povo тоçатbicano que nos guia e nos orienta na construção do socialismo. Iniciou-se uma nova etapa da Revolução moçатbicana.
A III Conferência da OMM realizou-se em Maputo de 27 a 31 de Março de 1980, contando com a mais ampla participação da mulher moçambicana, representando todas as camadas sociais e os diversos sectores da actividade nacional.